Qual o impacto da transformação digital nos setores da economia? Estamos na iminência de assistir ao surgimento das primeiras fábricas inteligentes, em que robôs executam montagens e softwares fazem peças em impressoras 3D. Mas a revolução provocada por fenômenos como Internet das Coisas e nanotecnologia não se resume a isso.
Estamos falando de um universo em que estratégias de investimento são definidas de acordo com cruzamento de milhares de dados em poucos segundos; em que tecidos inteligentes adaptam-se à temperatura externa e monitoram batimentos cardíacos, nível de glicose e pressão arterial; um cenário em que robôs fazem coleta de lixo e, ao mesmo tempo, proferem sentenças judiciais.
O que esperar desse avanço tecnológico em cada um dos segmentos corporativos? Como tirar proveito da transformação digital nos setores da economia? É isso que você confere a partir de agora!
1. Saúde
A transformação digital na saúde começou com prontuários eletrônicos, mas entrou por um caminho que poucos imaginam onde chegará. Já há exemplos de microssensores instalados em equipamentos laboratoriais, que permitem que máquinas conversem entre si, distribuam automaticamente os materiais para os compartimentos corretos e gerem resultados precisos e em tempo real.
São as plataformas de automação laboratorial, conectadas a dezenas de robôs aptos a analisarem real timeamostras de sorologia, hormônios e coagulação. Mas as novidades da Indústria 4.0 na saúde não param por aqui.
Imagine um cenário em que procedimentos cirúrgicos não invasivos sejam feitos a distância com o auxílio de dispositivos vestíveis (wearables)? Um cenário em que, por meio desses instrumentos, médicos consigam fazer intervenções em pacientes acamados em suas casas, utilizando recursos de realidade virtual/aumentada, Internet das Coisas (IoT) e Big Data?
Esse quadro de transformação digital nos setores da economia mais parece ter saído de alguma cena de filme de ficção, certo? Porém, ele está cada vez mais próximo de nós.
Da mesma forma, também já nos aproximamos do uso de sistemas inteligentes de gestão em hospitais, que organizam todo o fluxo de atendimento de forma automática, observando centenas de milhares de dados como:
- volume de pacientes na sala de espera;
- percentual de consultórios e equipamentos ociosos;
- dados estatísticos de entrada/baixa no estabelecimento (em cada época do ano);
- taxa de rotatividade de leitos.
Há ainda testes com tecnologia RFID, que usa código de barras para monitorar medicamentos, documentos médicos ou movimentação de pacientes no interior do hospital. Tudo isso é transformação digital nos setores da economia, uma tempestade de novos recursos físicos, digitais e biológicos que prometem ser indispensáveis para a sobrevivência das empresas de saúde nos próximos anos.
2. Educação
Esqueça a rotina de assistir a um monólogo de um professor que recita fórmulas matemáticas de difícil compreensão. Em uma era de drones, impressoras 3D e computação neuromórfica (sistemas baseados no cérebro humano, implantados por meio de microdispositivos para comunicação autônoma entre objetos), não há espaço para aprendizado estático.
Na Saint Paul Escola de Negócios, por exemplo, já existem professores 24 horas para tirar dúvidas dos alunos e apoiá-los em seus estudos.
Isso tudo só foi possível porque os docentes são, na verdade, robôs concebidos por Inteligência Artificial, com capacidade de aprendizado contínuo (Machine Learning). Essa característica dá a esses novos tutores imensa capacidade de atendimento simultâneo e possibilidade de aprimoramento ilimitado.
Há ainda exemplos abundantes de sistemas de matrícula online (100% remota) e soluções especialmente desenvolvidas para escolas de nível médio e universidades, cujos algoritmos são utilizados para detectar com rapidez os gargalos de aprendizado de cada aluno, formulando provas e exercícios personalizados.
Consegue imaginar o aumento no aproveitamento desses novos cursos digitais, bem como no retorno sobre investimento às empresas que investem em capacitação profissional?
3. Recursos Humanos
A transformação digital nos setores da economia é vasta e alcança também a Gestão de Talentos. O RH na Indústria 4.0 passa, inicialmente, pela automação de processos administrativos, como controle de jornada e geração de folha de pagamento.
Mas é possível ir além, com a adoção de soluções de treinamento por Inteligência Artificial (lembra que falamos acima da Saint Paul?). Ou que tal usar realidade virtual para capacitar a habilidade de operários, motoristas ou até médicos?
Há ainda a iminência de fazer avaliação de desempenho de forma totalmente eletrônica, mediante aplicações que agreguem variáveis como performance em cursos de capacitação, cumprimento de metas registradas no sistema e cálculo da relação acertos/velocidade de cumprimento de tarefa.
A Gestão de Pessoas na 4ª Revolução Industrial tira proveito também de ferramentas de Big Data para desenho de cargos e cruzamento com perfis de candidatos em processos de seleção (você sabia que o custo da contratação de um executivo com perfil inadequado é de até 4 vezes seu salário?).
4. Setor público
Já existe, há alguns anos, uma recomendação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (ODCE) para que os governos modifiquem sua atuação, substituindo a gestão “analógica” por um modelo disruptivo orientado por dados. A transformação digital nos setores da economia vem trazendo impactos tão positivos que até o poder público (mais conservador) começar a mergulhar nessas inovações.
Atualmente, já é possível, por exemplo, interconectar toda a rede de semáforos de um município com câmeras de análise de fluxo de veículos, levando esses dados para um sistema capaz de tomar decisões automáticas sobre tempo de abertura e fechamento dos semáforos, além de emitir alertas personalizados aos smartphones de cada cidadão (informando as melhores rotas para retorno à residência de cada um).
Indo para o campo do compliance, já existe no Tribunal de Contas da União (TCU) uma poderosa ferramenta que promete gerar economia de R$ 500 milhões por ano aos cofres públicos. Trata-se do robô Alice, que faz varredura diária em editais de licitações com o objetivo de encontrar contratos desvantajosos ao poder público e irregularidades nas compras públicas.
Há ainda a possibilidade futura de utilização de Inteligência Artificial para agrupar processos que versam sobre matérias repetitivas em tribunais superiores, elaborando automaticamente sentenças-padrão sem a necessidade de intervenção humana.
Essa lógica já está sendo implantada em algumas cortes para automatização de trabalhos de mero expediente, como é o caso do robô Poti (utilizado por um tribunal em Natal/RN), que realiza 300 ordens de bloqueios no Bacen-Jud em 35 segundos ou pelo Elis (do TJ-PE), que consegue fazer o despacho inicial de 80 mil processos em apenas 15 dias.
5. Finanças
Você levaria seu dinheiro para um fundo de investimento controlado por gestores altamente experientes? E se esse mesmo fundo seguisse estratégias definidas por Inteligência Artificial?
Após o sucesso dos robôs de investimento, surgem vertentes da IA para fundos de investimento, como no uso de cálculos matemáticos automatizados e combinação eletrônica de inúmeras variáveis (como ações, dólar, juros, decisões políticas e análise gráfica) para subsidiar decisões de aplicação. A promessa é de retorno acima de 10%, mesmo em momentos de crise.
Nos bancos, os chatbots vêm se tornando frequentes no atendimento ao cliente. Estima-se que eles derrubem os custos operacionais das instituições financeiras em US$ 7,3 bilhões até 2023. Análise de crédito automática e blockchain para fortalecimento da segurança das transações também estão na pauta das transformações na área financeira.
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