Para a Saque e Pague, mesmo com a aceleração da transformação digital dos negócios, o dinheiro em papel continuará sendo essencial na vida das pessoas
O Brasil vive um paradoxo: ao mesmo tempo em que as transações digitais batem recordes em valor e quantidade, a presença de cédulas de dinheiro é cada vez maior. Em 2020, houve um crescimento de 32% no volume de dinheiro em circulação, para R$ 370 bilhões – em parte pela insegurança das pessoas sobre o que aconteceria durante a pandemia. Desde então, o País mantém em torno de R$ 340 bilhões, um volume acima dos R$ 280 bilhões do período pré-pandêmico.
“Não voltamos ao patamar de 2019, mesmo com um forte crescimento de meios digitais como o Pix, QR Codes e pagamentos por aproximação”, conta Samuel Lermen, diretor de negócios da Saque e Pague, empresa do Grupo Stefanini especializada em soluções de pagamento. Para o executivo, o dinheiro em papel continua sendo a base da economia, seja pela bancarização da população, seja pela informalidade da economia.
“No Brasil real, no dia a dia de grande parte da população, o dinheiro continua sendo o principal meio de pagamento, mesmo com o aumento das contas digitais e o fechamento de quase 3 mil agências bancárias desde 2020”, conta Lermen. Especialmente em momentos de insegurança, o dinheiro físico tem um papel de materializar a posse de recursos. “Recentemente, no Rio Grande do Sul, tivemos casos de filas nos caixas de autoatendimento do sistema financeiro, pois as pessoas vão atrás de dinheiro em papel em tempos difíceis”, diz o executivo.
Segundo ele, o trabalho informal continua sendo um impulsionador do uso de dinheiro em papel. “Quase 40% das pessoas que estão no mercado de trabalho são informais, e, naturalmente, esse público usa muito dinheiro. Mesmo com os jovens usando mais meios digitais, o uso do dinheiro se mantém mais ou menos linear nos últimos anos, entre 34% e 37%”, enumera Lermen.
Para o especialista, embora a bancarização tenha a tendência de diminuir a dependência do dinheiro nos meios de pagamento, o numerário em papel continua tendo um espaço importante. “O mesmo dinheiro circula entre pessoas na proporção 7 para 1, e por isso é uma grande ferramenta de inclusão financeira da população”, diz.
Com presença no Brasil, Colômbia e México, a Saque e Pague tem uma perspectiva mais ampla da evolução do uso do dinheiro. No México, por exemplo, 90% da população prefere usar dinheiro para pagamentos, um índice que é de 55% no mercado brasileiro.
“O México é o segundo maior mercado de pagamentos da América Latina, mas tem uma baixa inclusão financeira e uma infraestrutura digital que é comparável ao Brasil de uma década atrás. Já na Colômbia, 30% dos pagamentos são feitos online e dependem de um cadastramento prévio – o que torna o dinheiro mais amigável. Isso mostra que a digitalização está longe de ser uma realidade global, especialmente quando vamos para a base da pirâmide”, revela Lermen.
Com isso, embora a tendência de longo prazo seja uma lenta diminuição da presença do dinheiro em papel, dizer que ele está com os dias contados é um grande exagero. “A tendência é que o uso do dinheiro como meio de pagamento diminua no máximo 3% ao ano. Conviveremos com o papel por muito tempo”, afirma.
A Saque e Pague é uma empresa do Grupo Stefanini que vem transformando o fluxo de dinheiro no Brasil. Foi pioneira no saque via Pix, mesmo antes de o Banco Central regulamentar o serviço no Brasil. Atualmente é a rede de autoatendimento que mais transaciona o Pix Saque. Mais do que oferecer uma plataforma para serviços bancários e não-bancários, a Saque e Pague busca encontrar soluções para facilitar ainda mais o dia a dia das pessoas.