Para a especialista Amy Webb, poder da IA está em sua infância e se tornará exponencial ao ser combinado a sensores e ao uso de biotecnologia
É certo que, de alguma forma, a Inteligência Artificial irá mudar o curso da história humana. O que ainda não está claro é se essa mudança será para o bem – ou uma nova fonte de problemas. Afinal, tudo depende do uso que fizermos dessa poderosa ferramenta.
Para Amy Webb, futurista e palestrante internacional, o setor financeiro é essencial nessa construção do futuro. “É uma indústria que está no epicentro da transformação digital e é vital para a economia do país”, disse ela, durante apresentação no FEBRABAN TECH 2024, principal evento do setor financeiro no Brasil.
Com uma participação ativa no evento, tanto nas palestras quanto apresentando suas soluções em seu estande, o Grupo Stefanini traz os 4 fatores que, na visão de Amy Webb, farão a diferença em um mundo de negócios movido pela Inteligência Artificial.
1) É preciso inovar em vez de iterar
Iterações focam em melhorar o que já existe, enquanto a inovação faz o futuro acontecer. Se as empresas e os profissionais estiverem focados somente em iterar, ficarão para trás. “A hora de mudar é agora, e as instituições financeiras podem, com uso intensivo de tecnologia, liderar o caminho”, explica Amy.
2) Três grandes drivers tecnológicos
Para Amy, estamos vivendo, pela primeira vez na história, um momento no qual três tecnologias vão impulsionar a economia, em um superciclo de crescimento que deverá durar décadas. “Inteligência Artificial, sensores e biotecnologia se combinarão para trazer imensos ganhos de produtividade e eficiência às pessoas e às empresas”, comenta.
3) Mais simples, mais rápido, mais disponível
A combinação dos três grandes drivers tecnológicos implica em transformações radicais na sociedade. A Inteligência Artificial, por exemplo, permitirá o desenvolvimento de códigos em uma velocidade muito mais rápida que a atual. “Noventa por cento dos softwares que vamos usar nos próximos cinco anos ainda não foram escritos. Mais que isso, poderão ser escritos por qualquer pessoa, com o apoio da IA Generativa”, afirma.
O resultado dessa democratização do acesso aos meios de inovação é um aumento da velocidade das transformações, fazendo com que a colaboração das instituições financeiras com seus parceiros de negócios se torne ainda mais importante. “Todos nós precisamos nos preparar para usar a IA e para inovar em parceria com fornecedores e clientes. O mundo vai mudar rápido demais para atuarmos isoladamente”, acredita a futurista.
4) É preciso mudar a estrutura
Para aproveitar ao máximo as oportunidades que virão, as empresas precisam mudar suas estruturas de negócios. E isso pode ser um problema para muita gente no Brasil. “A indústria brasileira não está preparada para a IA, pois vive em uma abordagem rígida, top/down, que não se encaixa nesse novo paradigma”, afirma Amy.
O lado bom é que os brasileiros são mundialmente conhecidos pela sua criatividade e capacidade de tomar decisões rapidamente. “O novo ambiente de negócios exige resiliência e capacidade criativa – e isso os brasileiros têm por natureza”, diz.
A revolução da Inteligência Artificial, aliada aos avanços nas tecnologias de sensores e de biotecnologias, não está distante – e vem se acelerando exponencialmente. “Estamos no início de um longo ciclo de mudanças”, diz Amy Webb. “Somos a Geração T, de Transição, para uma nova sociedade que será construída nas próximas décadas. Por isso, precisamos começar a pensar de modo diferente sobre as mudanças e sobre como crescer inovando sempre”, conclui a especialista.