Embora não seja um conceito propriamente novo, a liderança transformacional continua sendo um dos mais efetivos modelos pelos quais empresas mudam sua cultura. Isso porque, quando se conta com líderes nesse perfil, as equipes passam a ser orientadas não apenas por uma questão de hierarquia, mas pela inspiração.
A propósito, há números que ilustram a importância de uma liderança que não só dê ordens, mas que transmita confiança. Segundo dados da Goremotely, 79% dos funcionários deixarão seus empregos devido à falta de reconhecimento por parte dos seus líderes. Em contrapartida, 83% das empresas acreditam que é importante desenvolver líderes em todos os seus setores.
Isso só reforça o fato de que, onde há lideranças de verdade, as pessoas se sentem mais motivadas e, com isso, sua produtividade só tende a aumentar. Mas há muito mais benefícios envolvidos quando se conta com esse personagem transformador. Avance na leitura e saiba quais são eles!
O que é liderança transformacional?
Lançado por James V. Downton em seu livro “Rebel Leadership: Commitment and Charisma in a Revolutionary Process”, de 1973, o conceito de liderança transformacional pode ser considerado um divisor de águas no contexto empresarial.
Nela, o líder deve ser alguém que inspira mudanças para melhor em seus liderados, de forma que o sucesso seja compartilhado por todos. Para isso, ele precisa inspirar e, acima de tudo, prover suas equipes com uma visão clara dos objetivos.
Apesar de ter sido lançado em 1973, foi somente cinco anos depois, em 1978, que o conceito finalmente ganharia projeção, com o livro “Leadership”, de James MacGregor Burns. De acordo com o autor, a liderança transformacional consiste, basicamente, em ajuda mútua. Dessa forma, todos os envolvidos passam a atuar em níveis mais altos de motivação.
Tais ideias seriam revistas e ampliadas em 1985, com o lançamento de outra obra muito importante, “Leadership and Performance”, de autoria de Bernard M. Bass. Desde então, é consenso que a liderança transformacional só é possível quando quatro pilares básicos estão devidamente consolidados, como veremos agora.
Quais elementos compõem essa liderança?
Dependendo do tipo de empresa em que se pretenda implementar a liderança pela transformação, pode ser necessário mudar todo o seu mindset e cultura corporativa. Afinal, em equipes lideradas por pessoas nesse perfil, não há espaço para autocracia, muito menos para rigidez hierárquica excessiva.
Não se trata apenas de definir quem manda e quem obedece. Líderes transformacionais vão muito além dos tradicionais parâmetros de chefia e gestão de pessoas que normalmente se observa. Eles têm como missão não só gerar resultados para as empresas em que atuam, mas para todos ao seu redor.
Por isso, eles precisam reunir quatro características e pressupostos elementares a fim de que sejam capazes de fazer as pessoas com quem trabalham darem o melhor de si. Veja a seguir quais são!
Liderança por exemplo
Até mesmo conceitos de gestão modernos, como o de digital squads, podem fracassar quando seus líderes são maus exemplos. Nesse aspecto, a liderança transformacional é a melhor forma de se garantir que a motivação nunca falte em função de líderes abusivos ou negligentes.
Isso porque um líder que tenha o propósito transformador procura dar o exemplo antes de cobrar ou dizer o que espera de alguém. Portanto, se quer um time pontual, ele será o primeiro a chegar e, sempre que necessário, o último a sair.
Em outras palavras: uma liderança transformacional jamais será pautada no velho ditado “faça o que eu digo, mas não o que eu faço”. Pelo contrário, para esse tipo de líder o que vale mesmo é o que se faz e não o que se fala.
Motivação inspirada pela visão
Provavelmente, você já deve ter trabalhado em algum lugar em que havia aquele excelente profissional que, na hora de transmitir o que sabia, era um verdadeiro desastre. No caso da liderança baseada na transformação, esse é um pecado capital, já que, entre suas premissas, está a de motivar por meio de uma visão clara.
Nesse sentido, o líder com tal perfil procura não apenas orientar nas tarefas diárias, mas incutir em cada membro da equipe o “gás” indispensável para alcançar objetivos maiores. Essa é, inclusive, uma característica fundamental para tornar possível o intraempreendedorismo.
Desenvolvimento intelectual
Quando líderes transformadores estão à frente, não há espaço para retenção de conhecimento ou egos inflados. Eles sabem melhor do que qualquer um que, em um contexto de transformação digital, o que vale mesmo é o compartilhamento.
Sendo assim, eles buscam sempre motivar as pessoas no sentido de construir incessantemente seu aperfeiçoamento intelectual e profissional. Isso pode ser na forma de incentivos para fazer cursos ou para contribuir com ideias e soluções inovadoras.
Orientação individualizada
No meio militar, costuma-se dizer que o elogio deve ser feito na frente de todos, mas a punição é sempre individual. Essa ideia pode ser transposta na liderança transformacional, que se baseia em feedbacks personalizados e crítica construtiva.
Dessa forma, o líder transformador tem mais sucesso em motivar e engajar, uma vez que cada membro passa a sentir que é ouvido. Assim, os talentos na empresa tendem a permanecer e, com o tempo, ganham motivação para dar o seu melhor.
Que vantagens estão atreladas a esse tipo de liderança?
A lista de vantagens da liderança transformacional poderia ser estendida indefinidamente. No entanto, algumas delas se destacam mais. Confira:
- aumento na produtividade, tanto individual quanto por equipes;
- maior capacidade de atrair e reter talentos;
- menores custos com processos seletivos e demissionais;
- geração de valor aos públicos externo e interno;
- melhora na reputação da empresa e em brand equity.
Como colocá-la em prática?
Primeiramente, a cultura da empresa deve ser favorável à implementação desse modelo. De pouca efetividade será um líder transformador se prevalecerem processos obscuros — e se ele não estiver respaldado pela alta direção e pelos seus futuros parceiros de equipe.
Para ter sucesso, a liderança precisará não só motivar as pessoas a “comprar” a visão proposta, mas saber como criar uma visão que seja inspiradora. Além do mais, precisará gerir essa visão no dia a dia por meio de relacionamentos duradouros e baseados na confiança.
Com uma liderança transformacional, você não só poderá extrair o melhor das pessoas como pode se beneficiar, no longo prazo, de uma espécie de “efeito viral”. Ou seja, forma-se um ciclo virtuoso no qual o entusiasmo e a motivação “escapam” dos muros da empresa, conquistando clientes e parceiros.
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