Multinacional brasileira deve fechar o ano com um faturamento de R$ 6,2 bilhões, impulsionado pela divisão Stefanini Ventures
A transformação digital, iniciada em 2012 e acelerada há cinco anos com uma série de aquisições em diferentes verticais de negócios, impulsionou o crescimento do Grupo Stefanini, que, ao celebrar seus 35 anos de existência, reitera a capacidade de se reinventar continuamente para atender as necessidades de seus clientes ao redor do mundo. Atualmente, a empresa global de origem brasileira está presente em 41 países e conta com mais de 30 mil colaboradores, que adotam o modelo de cocriação como um diferencial para fazer o inimaginável possível para mais de 1.000 clientes ativos.
“O sucesso do nosso negócio se deve à combinação de autonomia na ponta, que é uma característica marcante do nosso DNA empreendedor, investimento em pessoas e em novos modelos de gestão, humildade para saber quando é a hora de ouvir, aprender e mudar, comunicação com a equipe, além de um exercício contínuo para identificar oportunidades, mesmo em momentos de crise. No início da pandemia, tivemos um aumento do engajamento dos funcionários, algo que se manteve ao longo de 2021 e 2022”, afirma Marco Stefanini, fundador e CEO Global do Grupo Stefanini, uma das empresas brasileiras mais internacionalizadas, segundo ranking da Fundação Dom Cabral (FDC).
O grupo, que faturou no ano passado R$ 5 bilhões, espera finalizar 2022 com um incremento global de 24%, atingindo R$ 6,2 bilhões, o equivalente a US$ 1,24 bilhão. Boa parte do resultado vem do ecossistema de inovação representado pela divisão Stefanini Ventures, composta por mais de 30 empresas de diferentes tamanhos e especialidades, que estão reunidas em seis principais plataformas: Analytics e IA, Banking & Payments, Cibersegurança, Indústria 4.0, Marketing Digital e Tecnologia.
Nos últimos dois anos, a Stefanini adquiriu 12 empresas, sendo sete delas no primeiro ano de pandemia: Mozaiko, que desenvolve soluções de Analytics e IoT para simplificar processos de varejo e logística; Holding Haus, um ecossistema de comunicação com quatro empresas, sendo a agência de propaganda W3haus a maior delas; LogBank, que oferece modelos White Lable para soluções de Payment Service Provider; duas unidades de software da Diebold Nixdorf Brasil (prevenção de fraude de comércio eletrônico e automação de canal), Cyber Smart Defense (CSD), na Romênia, e a NI IT, consultoria de TI especializada em serviços em nuvem, com foco em soluções Microsoft, Adobe e Kaspersky para o mercado de Pequenas e Médias Empresas (PMEs).
Nos anos seguintes foram incorporadas ao grupo as empresas CRK (2021) e Cobiscorp (2022), lideradas pela Topaz; a peruana Sapia (2021) e, mais recentemente, a NewM, software house especialista no segmento mobile para consórcio, que complementa as soluções oferecidas pela inLira, marketplace do Grupo Stefanini de consórcios e transações digitais, com forte atuação no mercado secundário, além da Ecglobal, plataforma colaborativa com mais de 1 milhão de clientes ativos, que chegou à multinacional brasileira para complementar o ecossistema Haus, composto por W3haus, Brooke, CAPS, Huia, Gauge e Inspiring.
Na semana passada, a Ecglobal e o Itaú Unibanco apresentaram o case de sucesso “iLab Digital do Itaú: aliando o digital a métodos de design”, durante o Esomar Global Congress, no Canadá, considerado o maior evento de pesquisas do mundo. Por meio de suas comunidades online, a Ecglobal criou para o Itaú um espaço com milhares de pessoas gerando inteligência colaborativa 24 horas por dia, todos os dias da semana. O ambiente simula a experiência de rede social, tornando a experiência agradável, além de promover altos níveis de engajamento e permitir que o participante se sinta à vontade para expressar suas ideias.
“Foi uma honra ter o projeto conjunto da Ecglobal com o Itaú ao lado de nomes como o Google Japão e Tik Tok dos EUA. O trabalho colaborativo entre as empresas permitiu o desenvolvimento de mais de 1.000 projetos por ano, com um modelo ágil de gestão – 1/3 do tempo de uma pesquisa tradicional e com um custo 70% menor”, destaca Guilherme Stefanini, CEO da Haus.
Plataforma financeira
A Topaz, empresa especializada em soluções financeiras digitais com atuação em mais de 25 países e com mais de 1 bilhão de transações mensais em sua plataforma full banking, é uma das ventures que mais cresceram. De uma receita de
de R$ 15 milhões em 2016, a empresa tem a expectativa de atingir R$ 600 milhões até o fim deste ano. Com 35 anos de mercado e mais de 1300 colaboradores, a empresa é líder em soluções de prevenção e combate à fraude e de core bancário. No ano passado, sua oferta de banco digital foi classificada como uma das 15 mais relevantes pelo Gartner e entrou no Guia para Banqueiros sobre CBS para a América Latina.
Presente em quatro dos cinco maiores bancos do País, a empresa, líder da plataforma financeira na América Latina, conta com mais de 250 clientes e mais de 500 mil usuários finais atendidos. De 2020 para cá, a Topaz viu seu negócio crescer de maneira exponencial, impulsionado também pelas aquisições estratégicas – duas unidades de software da Diebold, CRK e Cobiscorp. Com essa movimentação, a Topaz planeja expandir seu portfólio e chegar a outros continentes.
Entre os principais clientes está o PagBank PagSeguro, que utilizou a plataforma full banking da Topaz para evoluir em sua estratégia de banco digital completo, que atualmente conta com quase 25 milhões de clientes e mais de R$ 1 trilhão de transações financeiras processadas. Com esta parceria, o PagBank PagSeguro não só antecipou os recebíveis dos clientes que utilizam suas maquininhas, mas também passou a oferecer outros produtos e serviços, como a concessão de crédito, inclusive para parte da população não bancarizada.
“Com uma plataforma robusta, modular, escalada e fortemente integrada aos canais digitais, estamos preparados para atender com segurança a estratégia de qualquer instituição que queira atuar como banco digital. Nossa equipe está totalmente capacitada para auxiliar nossos clientes em sua jornada de transformação, agregando funcionalidades que poderão garantir mais eficiência e competitividade”, garante Jorge Iglesias, CEO da Topaz.
Tecnologia 100% brasileira para o mundo
Diariamente, milhões de reuniões são realizadas por pessoas que falam diferentes idiomas, com níveis variados de fluência, que podem comprometer uma comunicação eficiente e natural. Foi pensando em oferecer a profissionais do mundo inteiro a oportunidade de expressar suas melhores ideias, em qualquer idioma, que a Woopi, empresa de Inteligência Artificial do Grupo Stefanini lança esta semana uma plataforma de tradução simultânea baseada em IA, batizada de Voicero.
O produto já está disponível no marketplace global da Microsoft, integrado ao software de colaboração mais usado no mundo, o Microsoft Teams. O Voicero, que pode ser adquirido no modelo de assinatura, permite a tradução de voz em tempo real, ou seja, um profissional pode falar em coreano e as demais poderão ouvi-lo no idioma de preferência.
A idealização do projeto foi feita pelo time de P&D durante os estudos de prototipação e exploração de técnicas de processamento de linguagem natural, aprendizagem de máquina e tradução automática. Estes estudos são realizados de maneira recorrente para melhoria da Sophie, assistente virtual inteligente do Grupo Stefanini, especializada em gerir demandas de atendimento por meio de algoritmos de Inteligência Artificial. Atualmente presente em 3 continentes e mais de 100 clientes de grande porte, Sophie se consolidou como uma plataforma completa de automação empresarial inteligente.
Na Vibra Energia, por exemplo, a Sophie ampliou o canal de comunicação da empresa com o público interno, que já contava com Intranet, WhatsApp e Teams. Com o chatbot inteligente, a Vibra reduziu, em três meses, o tempo de atendimento telefônico em 15 mil minutos, uma vez que as demandas passaram a ser solucionadas pela atendente virtual. Neste período, pelo menos 3.000 chamados foram abertos diretamente via Sophie – a maioria finalizada sem necessidade de atendimento humano.
Cultura ágil
O modelo ágil é uma abordagem usada para construir um produto ou serviço de uma forma que dê previsibilidade dentro do processo. Assim, é possível corrigir a rota de maneira rápida, quando necessário, a fim de chegar mais próximo ao resultado desejado pelo cliente e atender as demandas com excelência. O Grupo Stefanini acredita no poder das metodologias ágeis e conta com um time especializado para solucionar negócios e agregar valor dentro da cultura de Customer Centric.
Um dos projetos bem-sucedidos nesta área foi desenvolvido em parceria com a Raízen, que contemplou a utilização de analytics para a observação dos desafios em cada um dos processos da companhia. Atualmente, o uso da plataforma digital implementada pela Stefanini compreende 98% dos pedidos de compra e transações de combustíveis no Brasil. Ou seja, a plataforma contempla desde a transação do pedido de combustível até a realização do pagamento. O cliente final também pode acessar a plataforma pelo smartphone para fazer o pagamento no posto de gasolina e incluir benefícios.
De acordo com Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini Brasil, o Business Agility é uma das grandes apostas da companhia em 2023. “Com as metodologias ágeis, podemos trabalhar contextos de entrega de qualidade e experiência do usuário de maneira mais eficiente, uma vez que no agile a entrega não se limita a uma abordagem de processos, mas a uma entrega de valor”, reitera.
A origem
O ano era 1987 quando o geólogo Marco Stefanini, que tinha o sonho de empreender no Brasil, inaugurou na sala de sua casa a Stefanini, uma empresa de tecnologia que, ao longo de sua trajetória de 35 anos, se transformou numa grande referência em inovação e soluções digitais.
Naquela época, o País vivia uma situação econômica desfavorável e sem muitos recursos. Com uma inflação anual superior a 300% no primeiro bimestre, o ano de 1987 reservava ao Brasil mais uma crise. O então presidente José Sarney anunciou, em fevereiro daquele ano, que não pagaria a dívida externa. Em um dia, o dólar saltou de 27 cruzados para 35 cruzados e, mesmo pagando caro, poucas pessoas conseguiam comprar a moeda.
Mesmo num período de grandes incertezas, quando o preço de um produto no supermercado ficava mais caro de um dia para o outro, Marco Stefanini e Graça Sajovic Stefanini se valeram do DNA inovador que sempre norteou a vida do casal para transformar a crise em uma oportunidade.
O desejo de conhecer novos lugares certamente impulsionou a internacionalização da empresa, que abriu seu primeiro escritório fora do Brasil em 1996, na Argentina, quando era inimaginável o sucesso de uma multinacional brasileira de tecnologia. Outros momentos marcantes da história foram a chegada aos Estados Unidos (2001), Índia (2006), Bélgica (2010) e China (2011), mercados que desconheciam não apenas a Stefanini, mas também o potencial tecnológico que o Brasil reserva e a qualidade de seus profissionais.
“Quando este filme passa em minha cabeça, fica a certeza de que continuaremos crescendo de olho em novas oportunidades nas regiões em que atuamos, sempre atentos à visão de futuro e às necessidades dos nossos clientes. A base do mindset do pensamento digital é o pensamento empreendedor, que continuará nos guiando por várias outras décadas”, complementa Marco Stefanini, que prevê novas aquisições ainda em 2022.
Stefanini na Mídia
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