Bem-vindo à Quarta Revolução Industrial: uma era em que drones, impressoras 3D e microssensores ditam o ritmo da produção mundial! Temos um novo cenário de virtualização de operações, monitoramento e correções em tempo real, descentralização e customização da produção. Mas qual será o profissional da Indústria 4.0?
Ela está, gradativamente, inundando o universo corporativo mundial, empurrando para longe do mercado os concorrentes mais defasados tecnologicamente. E quais são as competências exigidas das mentes pensantes da 4ª Revolução Industrial?
Como gestor, você já sabe que não adianta ter aplicações de Big Data sem alguém que tenha expertise em Ciência de Dados, certo? Sendo assim, o que então buscar na renovação dos talentos em sua empresa, a fim de direcioná-la definitivamente ao futuro? São essas as respostas que você terá a partir de agora!
Qual é o impacto desse tsunami de novas tecnologias na indústria global?
Estima-se que a implementação de múltiplas tecnologias interconectadas gere uma economia de R$ 73 bilhões por ano na produção industrial brasileira. O problema é que, em 2017, apenas 1,6% das empresas operavam dentro do conceito de Indústria 4.0 — com sistemas integrados, automação plena e processos inteligentes para a tomada de decisão.
Enquanto isso, mais de 30% das empresas mundiais já consideram seus processos como altamente digitalizados, com a expectativa de que esses números cheguem a 72% nos próximos 5 anos. Também pudera: segundo levantamento da PwC, as organizações ao redor do mundo estarão investindo em torno de US$ 900 bilhões em transformação digital até 2020.
O investimento tem sido imenso na maioria das corporações, porque já se compreendeu que estamos no epicentro de uma transformação drástica na forma de produzir, comprar e vender.
A máquina a vapor, em 1780, varreu do mapa a produção têxtil familiar (1ª Revolução Industrial). O motor à combustão retirou das ruas o charme das charretes, um século mais tarde. A microeletrônica — já no final do século XX — foi expulsando gradativamente as empresas que ainda insistiam em trabalhar com máquinas de escrever.
Agora, estamos próximos de ter as primeiras fábricas inteligentes, carros autônomos e cirurgias por realidade aumentada. E é lógico que toda essa demanda da 4ª onda tecnológica impõe um novo perfil de colaborador: o profissional da Indústria 4.0.
Quais são as competências do profissional da Indústria 4.0?
São diversas as habilidades a serem apresentadas pelo novo profissional da era da transformação digital. Confira a seguir!
Flexibilidade
O funcionário da Indústria 4.0 precisará ter flexibilidade em sua jornada, já que o universo de sistemas interconectados exigirá manutenção permanente e análise constante, o que pode demandar tarefas em qualquer hora do dia, inclusive nas madrugadas.
Por outro lado, a Internet das Coisas (IoT) permitirá aos trabalhadores exercerem suas funções de sua própria casa, o que tende também a elevar exponencialmente o percentual de profissionais em home office. Os gestores, desde já, precisam adaptar seus colaboradores para atuarem remotamente, desenvolvendo habilidades como disciplina e autogestão.
Versatilidade acadêmica
Durante séculos, a superespecialização era considerada ideal para empresas e indústrias. Até pouco tempo, entendia-se que ter um grupo de 10 funcionários com expertise absoluta em cada microprocesso corporativo reduzia erros e tornava o fluxo de produção mais rápido.
Esse entendimento se popularizou tanto que vazou da indústria para as companhias de todos os segmentos. Mas a efervescência da transformação digital está fazendo muita gente rever esses conceitos, e isso impacta o profissional da Indústria 4.0.
Em um ambiente em que todas as profissões terão que agregar conhecimento profundo em análise de dados, estatística e programação (apenas para citar algumas demandas), não basta ter um excelente advogado tradicional, por exemplo.
O novo profissional do Direito Digital precisará ir além da letra fria da lei, sendo capaz de dominar a linguagem do business da empresa, dentro das normas de compliance e ética digital. Ele deverá, por exemplo:
- refletir, utilizando seu conhecimento jurídico, sobre qual o limite ético no tratamento de dados de terceiros;
- participar das reuniões de inovação, opinando sobre a legalidade de sistemas;
- colaborar diretamente para o desenvolvimento de ferramentas que protejam a empresa do cibercrime;
- analisar linhas de códigos de programação que gerem captações de informações nocivas à privacidade dos clientes.
E, isso, citando apenas o advogado da era digital. Mas o profissional da Indústria 4.0, de forma geral, deverá seguir o conceito acima, com conhecimento de diversas áreas. Será imprescindível saber algo sobre engenharia, computação, mecatrônica, além de ser capaz de fundir todas essas ciências com sua área principal de atuação, tornando-se um agente ativo no processo de inovação.
Visão sistêmica sobre os processos de negócio
Além da visão ampla das áreas do conhecimento, o profissional da Indústria 4.0 deverá ter também conhecimento extenso sobre o processo produtivo da empresa (em substituição ao conhecimento “departamentalizado”).
Em uma fábrica, o operário precisará aprender a trabalhar com robôs. Como estes últimos farão a maior parte dos processos de montagem, caberá ao trabalhador liderar esse conjunto orquestrado de ações automatizadas, tornando-se líder do processo como um todo.
Fluência em diversos idiomas
Esse é um requisito fundamental para se comunicar com técnicos de outros países, lidar com máquinas importadas e aprimorar conhecimentos sobre tecnologias que (em muitos casos) são desenvolvidas no exterior.
Embora essa competência já seja exigida atualmente, não se trata de requisito apenas para seleção de executivos (como é hoje), mas sim de uma habilidade inevitável a qualquer profissional, inclusive operários, que lidam diretamente com equipamentos automatizados.
Liderança em postos estratégicos inéditos
Especialistas estimam que não demorará a surgir nas empresas figuras como:
- cientista de dados industriais (responsável pela análise avançada de dados e sua correlação com a ação das máquinas automatizadas);
- coordenador de robótica;
- mecânico de veículos autônomos;
- designer de tecidos tecnológicos, entre outras.
Esses são alguns dos profissionais que deverão liderar o processo de inovação nas empresas de todos os segmentos, o que indica a importância de pensar desde já no desenho desses novos cargos na empresa.
Onde encontrar esse novo profissional?
É importante lembrar, por fim, que esse novo profissional da Indústria 4.0 não está pronto, disponível no mercado, em uma seleção em sites especializados. Ele pode já estar dentro de sua empresa, mas precisa ser devidamente treinado para adquirir e internalizar as novas competências exigidas.
É preciso considerar também que não adianta falar em 4ª Revolução Industrial se sua infraestrutura de TI ainda é obsoleta, com sistemas legados sobrepostos e centralização in company, gerando custos e pouca eficiência. Recorrer ao outsourcing de TI é o passo zero para colocar sua empresa nos trilhos da transformação digital.
Agora que você compreendeu qual o perfil do novo profissional da Indústria 4.0, bem como os impactos desse tsunami tecnológico, compartilhe este artigo em suas redes sociais e leve esse alerta à sua rede de contatos!