É indiscutível que passamos por um momento único, inimaginável, com um cenário hostil e cheio de incertezas. Contudo, como podemos explorar isso a nosso favor, de forma a construir processos mais inovadores para um futuro sustentável nas organizações e na sociedade?
Há que se atentar para os modelos de gerenciamento da transformação digital, para os perfis dos times, para seus desafios e metodologias a serem adotadas. Também já se desenham modelos estruturais que as empresas precisam se alicerçar para, de fato, manter o gerenciamento dessa transformação.
Fazendo uma reflexão desse momento atual, sabemos que nada será como antes devido à ruptura de mentalidade que foi acelerada pela crise pandêmica. É essa ruptura que impacta, substancialmente, na sequência e na forma de como vamos acelerar os negócios.
No Brasil, isso vai trazer mais unidade e mostrar como devemos agir e trabalhar de forma mais integrada e unida. Trouxe um aprendizado muito grande de como lidar de forma mais veloz na adoção de tecnologias.
Processos mais velozes de transformação digital
Por exemplo, vemos avós e netos utilizando, forçosamente, as soluções digitais disponíveis para se conectarem e ficarem mais próximos. Até então, tinham o encontro físico e dispensavam o recurso tecnológico já existente. E aqueles que não tinham muita aderência, começaram a acelerar bastante esse processo.
Temos aí uma equalização maior da digitalização no encontro de gerações. Isso tende a estimular novos modelos de negócios, impulsionado pelos movimentos digitais.
Certos serviços que tínhamos algum preconceito de fazer somente presencial, como o uso da telemedicina, agora quebra paradigmas, como sessões de terapias online, com atendimento em formato digital.
São questões que nos faz refletir e questionar sobre o tempo que dispendemos no deslocamento de trânsito.
Tecnologia mudará expectativa do consumidor
É o falado “novo normal“, que ganha uma outra roupagem, que satisfaz o objetivo e tem sua eficácia. Trata-se de uma nova lógica digital, dentro do contexto da telemedicina, de serviços de delivery…enfim, de todo um conjunto de ações que fazia parte do nosso dia a dia e que foi acelerado.
O digital teve uma agilidade considerável nos últimos meses e isso vai refletir na celeridade futura e no achatamento da curva de adoção.
Ainda temos um ciclo inconclusivo, que não tem um fim por ora, entretanto a tecnologia continuará avançando, mudando o comportamento e a expectativa do consumidor, além de trazer a necessidade de as empresas responderem de forma rápida e eficiente.
Percebemos também a aceleração e o crescimento dos movimentos de e-commerce e dos ecossistemas digitais, bem como a intensificação do uso de machine learning e de soluções de analytics, ampliando, desta forma, a compreensão de todo esse movimento que está acontecendo, proporcionando resultados rápidos para as empresas. Ou seja, a adoção de práticas mais inovadoras se acentuará significativamente nos próximos anos.
Principal legado será consciência social
Esse contexto atual vai, sem dúvida, deixar um impacto maior nos negócios para o ano que vem e para os próximos anos também. Porém, o principal legado que vai nos deixar é a consciência social que a crise está promovendo em todos nós.
Estamos sendo submetidos a uma reflexão maior, a repensar muitas de nossos atos, como lidamos com nossa família, com nossos negócios, como passamos a dar mais importância às pequenas coisas e passamos a administrar melhor o nosso tempo.
É uma grande lição de cidadania, de ajuda ao próximo, de acolhimento, que vai criar uma curva de tendência que ainda é incompreendida, mas que trará muitos benefícios e melhorias para a humanidade.
Certamente, é apenas um começo para repensarmos nossas atitudes com retornos muito positivos para nossas estruturas psicológicas, sociais, econômicas, entre outras que irão impactar de forma direta em como lidamos com os negócios e com a nossa vida como um todo.
(*) Wagner Kojo é Head de Inovação da Stefanini