Um olhar mais aprofundado sobre os laboratórios de inovação pode auxiliar os financiadores, profissionais e acadêmicos que desejam compreender melhor os limites e o potencial desse recurso, assim como avaliar de forma mais eficiente o impacto social que provém dele.
Além das vantagens imateriais, a criação de um laboratório como esse em uma empresa pode tornar o lançamento de serviços e de produtos mais ágil. Também é capaz de estimular a cultura de inovação de forma acertada e prática, capacitando colaboradores para utilizarem as ferramentas adequadas, por exemplo. Há também outros ganhos, como a tomada de decisão mais fácil, o aumento do valor da marca e o incentivo a trocas de ideias entre equipes de projetos.
Quer saber mais sobre os laboratórios de inovação e conhecer as principais práticas para que eles levem resultados satisfatórios para o negócio? Então continue acompanhando. Boa leitura!
Os laboratórios de inovação
Você já sabe o que é um laboratório de inovação? Trata-se de um espaço colaborativo e criativo, no qual ideias são desenvolvidas e novos conhecimentos são construídos e trocados. Os laboratórios são projetados com o propósito de disponibilizar condições favoráveis para que a inovação aconteça em um empreendimento.
Esse laboratório tem como principal objetivo criar serviços e produtos, ou ainda orientar a reformulação de processos internos por meio de melhorias necessárias — que podem ser de ordem disruptiva ou incremental.
Um aperfeiçoamento incremental, por exemplo, pode ser encontrar uma forma de aumentar a produtividade interna ou de aprimorar a experiência do cliente. Já uma melhoria disruptiva costuma gerar o desenvolvimento de um modelo de negócio novo para um serviço ou produto.
Ter um espaço designado para a inovação também pode garantir ganhos para a cultura da corporação e para as suas comunicações internas. Afinal, esses espaços funcionam como um hub, disseminando os conhecimentos adquiridos por meio de cada projeto e potencializando a cultura de inovação.
Erros comuns que atrapalham o bom funcionamento dos laboratórios de inovação
Entre os erros possíveis, podemos apontar três principais. O primeiro é acreditar que apenas uma metodologia resolverá tudo. Na verdade, a solução está em uma série de combinações. O design thinking serve para entender e analisar o seu caso. Em seguida, você terá um link para criar um teste ou um MVP (Mínimo Produto Viável) e validar suas percepções no mercado.
Após isso, você poderá seguir no desenvolvimento e continuar evoluindo constantemente. Na verdade, a sua necessidade muda ao longo do tempo, e a ferramenta (ou metodologia) que você usa também precisa se modificar.
Jamais se pode pensar que, ao apresentar alguma coisa, o caminho estará solucionado magicamente. Pelo contrário, é importante ter em mente que a jornada de inovação é de longo prazo: leva tempo até colher os frutos do trabalho.
O segundo grande erro é começar criando, e não vendendo. A partir disso, você não tem tração com o mercado e não sabe se o seu produto será aderente e eficiente comercialmente. Portanto, o ideal é procurar receita — e não só investimento — desde o início. Afinal, isso obriga você a atender uma necessidade real de um cliente. Sem dúvida, isso deve ser a prioridade, além de ser uma característica imprescindível.
O terceiro erro é que, muitas vezes, o status quo pode atrapalhar o desenvolvimento de ideias diferentes ou inovadoras. Cabe à liderança compreender se vale “empurrar” ou deixar a ideia para trás: é preciso atuar como um filtro, deixando passar o que é necessário e barrando o que não deveria passar.
Boas práticas para que o laboratório proporcione resultados satisfatórios para a empresa
O ponto mais relevante é a capacidade de entender o mercado: ou seja, ouvir o cliente e propor uma solução para seu problema. Não faça vendas a qualquer custo, nas quais o produto ou serviço é “empurrado”. Trata-se de um processo de construção, no qual você se reúne com o cliente, compreende as suas dores e propõe uma solução que ele aceite.
Não adianta nada o laboratório de inovação ter diversas ideias desconectadas do negócio, não faz sentido investir naquilo que não trará resultados. Às vezes, você pode até começar vendendo para depois construir o produto, até porque já terá o feedback dos clientes.
Outra característica importante é capital humano, que seja resiliente e capaz de se adaptar rápido — isso porque você mudará muito e errará várias vezes. Tem que haver, também, uma questão de humildade, de compreender que “o cliente tem sempre razão”. Isso significa que não adianta escolher só o que você acha mais bonito ou útil — afinal, aquilo tem que fazer sentido para o cliente, não para você.
Cada laboratório precisa ser projetado para atender às necessidades de cada negócio e o seu corpo heterogêneo colaboradores, por isso, um estudo aprofundado deve ser realizado para entender essas necessidades.
É importante mencionar que, no âmbito físico, um laboratório de inovação deve atender alguns requisitos. Por exemplo:
- deve ter paredes abertas e quadros para facilitar a partilha de ideias, assim como uma decoração inspiradora, com citações e conceitos tecnológicos;
- deve estimular a criatividade, criando uma sensação de dinamismo e de total capacidade de adaptação a contextos distintos. A iluminação adequada também é fundamental;
- deve ser espaçoso e estrategicamente localizado para que uma quantidade considerável de pessoas possa interagir com o laboratório e participar do que está acontecendo lá.
O pensamento visual é um conceito muito relevante para guiar a construção do espaço, afinal, é um instrumento utilizado para organizar as ideias. Quando elas são representadas de um modo visual, acabam se tornando tangíveis e bem mais fáceis de construir — sempre a partir da colaboração.
Enfim, é imprescindível que os laboratórios de inovação tenham uma abordagem mais focada em demonstrar conhecimento e capacidade, em vez de falar apenas de oferta. É preciso começar a projetar soluções que tenham como propósito promover a troca, a conversação e o aprendizado em um ambiente dinâmico.
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