Para que a transformação digital aconteça no setor industrial, as empresas precisam realizá-la envolvendo as principais lideranças. Mais do que a incorporação de novas tecnologias, trata-se de uma transformação da cultura organizacional suportada por tecnologias emergentes. É um processo que não acontece do dia para a noite e que, na realidade, é a convergência de várias iniciativas que acontecem em diferentes níveis:
- Digitização: iniciativas que informatizam processos manuais;
- Digitalização: iniciativas que melhoram processos de negócios a partir do uso de tecnologias digitais.
Em negócios digitalizados é possível realizar a verdadeira transformação digital: o uso de tecnologias emergentes para criar sistemas de negócios, modelos de negócios e experiências para colaboradores e consumidores.
Ninguém faz a transformação digital de uma empresa de uma vez. É preciso percorrer primeiro a digitização de rotinas operacionais, digitalizar as estruturas e processos e, somente então, realizar a transformação digital. Para isso, é preciso tempo, disposição e uma visão de longo prazo – o que torna ainda mais importante começar o mais rápido possível.
Encurtar o ciclo digitização / digitalização / transformação digital também é essencial, pois aumenta a competitividade das empresas. Para isso, é necessário direcionar os investimentos para as iniciativas que geram resultados – e isso tem origem no uso de dados de forma intensiva e estratégica.
A questão é que, na indústria, muitos dados estão disponíveis em fontes distintas, de forma desintegrada. E se conseguirmos passar por essa jornada de dados, obteremos sucesso para atingir os objetivos de negócios, a partir dos recursos da Indústria 4.0, potencializados pela Inteligência Artificial.
Pelo fim dos vieses
Outra forma de enxergar a evolução da indústria na transformação digital é confrontar a organização orientada por vieses com a organização data-driven. A organização que toma decisões baseadas em percepções e vieses utiliza um método que vem se tornando obsoleto – mesmo quando têm dados à disposição. Como essas decisões afetam os indicadores operacionais do negócio, é preciso tomar decisões com base em dados fidedignos, sem viés, para entregar as melhores soluções e experiências para seus clientes.
Aqui está outro ganho enorme trazido pelas tecnologias emergentes que fazem parte do movimento Indústria 5.0 (IA, IoTs e outras): é cada vez mais comum que os dados existam e estejam disponíveis, mas sem qualidade. Sempre que existe uma lacuna de dados, as tecnologias emergentes podem ajudar as empresas a encontrarem as melhores respostas. E com a IA cada vez mais acessível e disponível, faz muito sentido automatizar ao máximo as operações e abraçar o uso de tecnologia.
Em um de nossos clientes, a avaliação das informações de estoque por meio de visão computacional fez com que a atualização do inventário caísse de 24 horas para 60 minutos, com uma assertividade que subiu de 90% para 98%. Especialmente em ambientes hostis ao ser humano, o uso de aplicações de Internet das Coisas (IoT), drones, imagem computacional e sistemas preditivos usando Inteligência Artificial traz uma enorme precisão na coleta e análise de dados.
Não se trata de uma transformação disruptiva como foi a máquina a vapor no século XVIII. Trata-se, isso sim, de uma evolução que gera ainda mais competitividade para negócios já desenvolvidos, tecnologicamente avançados e que buscam um novo salto.