Estudo da Ecglobal entrevistou cerca de mil participantes com mais de 50% deles apontando consumo de produtos audiovisuais relacionadas à comunidade
O universo geek, que abrange desde ficção científica até quadrinhos, videogames, tecnologia e séries de TV, tornou-se uma parte relevante e crescente da cultura pop brasileira. Buscando entender melhor as tendências e desejos deste público, a Ecglobal, empresa focada em consumer insights e comunidades da plataforma Haus do Grupo Stefanini, conduziu uma pesquisa com 998 membros da rede ecglobal.com, explorando desde o consumo de conteúdo até a participação em eventos e interação com marcas.
A paixão por filmes e séries é a característica mais mencionada entre os entusiastas. A maioria prefere assistir a filmes (68%) e séries (53%), além de 34% que dedicam horas ao videogame. Quadrinhos também despertam interesse, atraindo 23% desse público. Os tecnófilos, que são os primeiros a adotar novos gadgets, compõem 26% dos geeks. Além disso, os livros constituem um nicho importante, sendo citados por 19% dos entrevistados. As gerações Z e Y mostram um interesse mais acentuado pela cultura geek em comparação às gerações X e Baby Boomer. Dos entrevistados, 58% da geração Z e 53% da geração Y expressaram alto interesse no universo geek, em contraste com 39% da geração X e 34% dos Baby Boomers. A pesquisa também indicou que não existem diferenças significativas entre os gêneros, sugerindo que o fascínio pelo universo geek é compartilhado igualmente por homens e mulheres.
O principal meio de comunicação que os geeks utilizam para se manterem atualizados são as redes sociais, correspondendo a 61%, seguido de canais no YouTube com 45%. Já quando questionados sobre qual rede social preferem para consumir conteúdo, os geeks escolhem o YouTube (39%), seguido do Instagram com 40%. Os geeks preferem serviços de streaming para filmes e séries, com 58% de aprovação. As gerações Z e Y, mais ativas nas redes sociais que X e Baby Boomers, demandam estratégias de marketing com foco em conteúdo interativo e rápido. A popularidade do Discord entre a geração Z destaca o valor de plataformas de comunicação em tempo real para alcançar a comunidade geek.
Eventos continuam sendo um formato relevante de interação e conexão com a comunidade. Sessenta e dois por cento dos entrevistados afirmam que pretendem participar de eventos e convenções, evidenciando um grande interesse nesse formato, que oferece amplas oportunidades para o mercado e marcas do nicho. Dos eventos que gostariam de frequentar pela primeira vez, a Comic Con Experience se destaca com 22%, seguida pelo Brasil Game Show com 11%, Anime Friends com 10%, Game XP com 8%, Geek Expo com 6% e Campus Party com 5%. Os eventos que mais tiveram participações dos entrevistados foram a CCXP (16%), a Brasil Game Show (BGS) (10%) e a Campus Party (9%).
Relações com as marcas no universo geek
Os geeks influenciam um mercado importante, gastando 40% acima da média nacional, segundo Rakuten Digital Commerce (2023). Eles pesquisam para encontrar o melhor custo-benefício em 30% dos casos, com 22% optando por e-commerce especializado e 15% por lojas físicas similares. Marketplaces como Shopee e Mercado Livre são os canais de compra mais usados, seguidos de lojas online e físicas especializadas. Entre produtos, eles preferem comprar jogos e roupas temáticas (38%), livros e quadrinhos (36%), artigos colecionáveis (31%), itens de decoração (30%) e gadgets tecnológicos (25%). As marcas mais lembradas são Marvel, Star Wars e DC. Os locais de compra favoritos são Piticas, Amazon e Universo Geek. Além disso, 59% deles interagem com marcas nas redes sociais para se atualizar.
“O universo geek no Brasil está em constante crescimento, representando uma parcela significativa e influente da cultura pop nacional. A pesquisa destaca a importância econômica e a diversidade de interesses dessa comunidade apaixonada. Marcas que investem em parcerias com propriedades intelectuais populares e oferecem produtos personalizados têm a chance de capturar um mercado em ascensão. Compreender e atender às necessidades desse público é crucial para prosperar nesse mercado dinâmico”, analisa Adriana Rocha, CEO e co-fundadora da Ecglobal.