Varejo digital: reavaliando propósitos e estratégias de negócios - Stefanini Brasil

Varejo digital: reavaliando propósitos e estratégias de negócios


Um impulso providencial

O varejo e todo seu ecossistema recebem em 2020 o impulso que necessitavam para, revendo prioridades, estabelecer novos objetivos e acelerar mudanças cuja materialização estava esperando não se sabe o que ao certo, para acontecer.

A COVID-19 fez com que entrássemos nesse ano em um contexto que remete nossa geração a uma crise global sem precedentes em termos de abrangência e velocidade. Ao impactar todos os seres humanos do planeta, a pandemia faz com que nosso modo de vida, nossas atitudes, comportamentos e até mesmo princípios e valores, tenham que ser revalidados, repensados ou adequados.

As autoridades de todos os países reviram suas prioridades e ajustaram seus planos de contingência, visando a preservação da vida, proteção e cuidados com a saúde de seus cidadãos, e somam agora esforços no sentido de manter a estabilidade da economia, dentro das possibilidades e dos limites da razoabilidade.

Saúde, educação, consumo, lazer, segurança, moda, relacionamentos, entretenimento e tudo mais que rege o estilo de vida das pessoas passa agora por uma revisão compulsória, que simultaneamente estabelece a necessidade de mudança de mentalidade e promove evolução em temas que, em condições normais, demorariam muito mais para se concretizar.

Acelerar ou acelerar

A aceleração da digitalização é talvez o mais acentuado resultado desse momento, e já claramente sentimos os efeitos da conclusão de projetos previstos para anos, sendo executados em meses, ou até mesmo em algumas semanas. A transformação digital, termo já muito usado erroneamente por muitos, tem agora a oportunidade de se concretizar em definitivo, dirimindo de vez qualquer dúvida em relação a seu significado para as empresas, que hoje pode ter associado a si um sinônimo muito claro : sobrevivência.

Grande parte das mudanças impostas por essa realidade não são temporárias e se consolidarão rapidamente como componentes de um novo normal que, por um lado, alterará profundamente a forma de funcionamento de grande parte do que conhecemos hoje, e por outro, nos levará a uma era de maior empatia e atenção com as pessoas a nosso redor.

People centric

Não vivemos mais somente uma cultura de customer centric, onde o cliente está no centro das atenções. Entre os vários aprendizados que a pandemia vem nos proporcionando, embora com custo muito alto quando se pensa na perda de vidas humanas, é o de que, de fato, o que mais importa são as pessoas, quer sejam elas clientes, colaboradores, parceiros, fornecedores e a sociedade de forma geral. As empresas não podem mais pautar suas ações em estratégias customer centric, mas sim devem revisitar seus propósitos sob uma visão people centric. Caso contrário o próprio mercado e a sociedade de forma geral cobrarão o preço desse não aprendizado.

As empresas estão tendo que se reinventar e repensar como se relacionam com seus clientes e com o mercado de uma forma ampla. Ainda que o cenário pós COVID-19 apresente, como todos sabemos, um alto nível de incerteza, o varejo continuará trabalhando para ampliar vendas, empregando pessoas e cumprindo o importante papel para uma economia forte, em que responde por dois terços do PIB do país, empregando um em cada cinco brasileiros.

A situação que vivemos hoje traz insumos preciosos associados a mudanças profundas na sociedade, e particularmente nos hábitos de vida e consumo, que deverão ser levados em consideração nessa estratégia de adequação e transformação.

Mesmo antes da pandemia, as empresas já tinham a percepção de que se permanecessem estagnadas, arraigadas a modelos de negócio que foram vencedores no passado, estariam com certeza caminhando rumo à extinção, em um processo que se antes parecia lento, agora será extremamente rápido considerado as mudanças impostas pela realidade do COVID-19 e a nova normalidade que se seguirá.

Caminho sem volta

Empresas ligadas ao ecossistema do varejo, que resistiam em aceitar e adotar ações ligadas a transformação digital, já vinham perdendo terreno antes da pandemia, não somente no que se refere a clientes que, pouco a pouco, deixavam de ser fiéis, mas também a parceiros, fornecedores e à sociedade de forma geral, cada vez mais se adequando aos movimentos de evolução sem volta promovidos pela digitalização. É extremamente importante, agora mais do que nunca, entender a amplitude do significado dessa transformação nas empresas.

No entanto, essa transformação não é simples; é necessário que os varejistas e outras empresas que atuam na cadeia mudem sua perspectiva, vendo as ações de transformação não estritamente como projetos de Tecnologia, mas sim como uma maneira de todos trabalharem em conjunto para promover o engajamento digital das pessoas em todos os pontos do processo, de forma a atravessar este momento difícil e se manter no jogo no período que se seguirá.

Todos os elos da corrente importam

Além da inegável importância social e econômica do segmento de varejo em qualquer parte do mundo, neste momento em particular, em que receber mantimentos, remédios, itens diversos de consumo, pode representar a garantia de saúde, bem-estar e até mesmo da própria vida, é fundamental que toda a engrenagem funcione como se espera, para que isso aconteça.

A resistência de uma corrente é exatamente igual à resistência de seu elo mais fraco. Para que tudo funcione como necessário, particularmente agora, é vital que elos como produção, beneficiamento, importação, recebimento, armazenamento, separação, expedição, pontos de venda físicos e virtuais, logística de distribuição e suporte aos clientes finais, assim como suporte às transações financeiras que permeiam todo o processo, funcionem adequadamente.

A adoção de soluções de tecnologia em uma visão digital é, em consenso, o caminho correto para manutenção de todos os elos da cadeia funcionando adequadamente e atendendo às expectativas de todos os stakeholders.

Quais as melhores soluções

Em um passado não tão remoto, o mercado oferecia soluções em tecnologia para os negócios de forma geral, em uma quantidade relativamente pequena. Por um lado, essa situação era boa porque mantinha-se o foco na solução de problemas clássicos de cada segmento. Por outro lado, era uma situação desfavorável porque, com opções reduzidas, as empresas ficavam com poucas alternativas de negociação com os pouquíssimos players detentores dos direitos daquelas tecnologias.

Hoje a gama de soluções de tecnologia à disposição é incrivelmente maior, e se por um lado as empresas têm mais opções, por outro, uma decisão equivocada pode limitar ações necessárias pouquíssimo tempo após uma primeira contratação.

Recomenda-se, portanto, que neste momento em que estamos revisitando vários temas dentro de nosso negócio, e temos à disposição uma grande quantidade de soluções disponíveis no mercado, usemos nossa inteligência natural para aportar inteligência ao negócio, com soluções e processos que sejam dotados, além de alta qualidade, de características que permitam a composição de criatividade com o que está sendo chamado de “combinatividade”. A capacidade de soluções se integrarem de forma fácil e consistente a sistemas legados e outras soluções, é hoje um ativo valioso para qualquer solução de tecnologia.

Por exemplo, a adoção de uma solução de e-commerce, que no passado se esperava suportar apenas uma loja virtual tradicional, deve ser pensada hoje no sentido de, além de atender aos anseios das pessoas e da companhia, contemplar a possibilidade de combinação com desdobramentos do próprio modelo de negócio, que passe eventualmente a atender não somente ao modelo B2C – Business to Consumer original, mas rapidamente possa suportar a adição e adoção de modelos B2E – Business to Employee, B2B – Business to Business, B2B2C – Business to Business to Consumer ou mesmo C2C – Consumer to Consumer.

Juntos somos mais fortes … e inteligentes

Não é novo o conceito e a constatação de que o trabalho colaborativo gera resultados muito melhores do que quaisquer iniciativas individuais.

A atuação de squads multidisciplinares, que trabalhem rapidamente junto com as pessoas da companhia, redesenhando jornadas e usando métodos ágeis adequados, no sentido de definir os melhores caminhos para eficiência do negócio, é, sem dúvida, um caminho que tem proporcionado resultados surpreendentemente bons, principalmente neste momento de reavaliação de propósitos e estratégias.

Essa perspicácia, se podemos assim chamar, baseada em lições aprendidas durante essa pandemia, e que ficarão para sempre em nosso mindset, combina muito bem com uma frase atribuída a Jean Piaget, que diz “Inteligência é algo que você usa quando não sabe o que fazer”.

(*) Nelson Duarte Soares é Head of Digital Retail and Logistics na Stefanini

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