Em todo o mundo, diversos setores industriais estão vivendo esse último tipo de transformação. É o que vem sendo chamado de Indústria 5.0 e que traz a ideia de que se trata de uma quinta Revolução Industrial. De acordo com Gustavo Brito, diretor da IHM Stefanini, trata-se de uma evolução do conceito de Indústria 4.0 e não de revolução, o que não a torna menos necessária, e nem menos importante para que os mais variados setores da economia continuem sendo relevantes.
Foram mais de 200 anos de revoluções na indústria:
- Indústria 1.0 (ou Primeira Revolução Industrial): mecanização, uso de energia hídrica e de energia a vapor;
- Indústria 2.0 (Segunda Revolução Industrial): produção em massa, criação das linhas de montagem, uso da eletricidade;
- Indústria 3.0: computação e automação;
- Indústria 4.0: adoção de sistemas ciberfísicos.
A chamada Indústria 5.0 é um movimento que surgiu no Japão há cerca de cinco anos para corrigir decisões que não foram tomadas de forma assertiva na Indústria 4.0. Isso porque a Indústria 4.0 teve como foco trazer uma melhoria para os negócios, aumentando o retorno para os acionistas em um cenário no qual o mundo ocidental se via ameaçado pelas indústrias chinesas.
Na Indústria 4.0, tecnologias como IoT, computação em nuvem e impressão 3D são desejáveis, mas não se tornaram o paradigma dos negócios – ao contrário do que aconteceu nas revoluções anteriores. “Acredito que a Indústria 5.0 está mais para “4.0.1”: uma atualização da Indústria 4.0, com aperfeiçoamentos para trazer mais performance e gerar resultados efetivos para os negócios”, destaca Brito.
A Indústria 4.0 procurou responder a um desafio muito claro: como aumentar competitividade.
No setor industrial, por mais bem definidas que sejam as estratégias das organizações, o que sustenta o modelo de negócios é uma máxima eficiência na transformação de matérias-primas em produtos. Hoje, isso se faz não apenas com as ferramentas da Indústria 4.0, mas também (e principalmente) com um novo componente: a Inteligência Artificial (IA).
É por meio da IA que as empresas podem sair do estágio de identificar um problema para prever que ele irá acontecer em algum momento (e atuar antecipadamente para evitar paralisações e perda de performance), por exemplo. Na Indústria 5.0, a Inteligência Artificial é o grande impulsionador dos ganhos de eficiência, confiabilidade e flexibilidade operacional.
Segundo o diretor da IHM Stefanini, a chave para gerar esses ganhos é melhorar a qualidade e impacto das decisões operacionais. Reduzir a latência entre a ocorrência de um evento no ambiente produtivo e o tempo decorrido da análise desse evento, entendimento do evento, decisão e impacto da decisão é o que determina a agilidade e eficiência dos negócios. Com base em dados, monitoramento em tempo real e uso massivo de IA para suportar as operações, é possível reduzir essa latência e gerar organizações industriais que performem melhor.